Dolutegravir

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May 14, 2023

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Doenças Infecciosas BMC

BMC Infectious Diseases volume 23, Número do artigo: 347 (2023) Cite este artigo

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Detalhes das métricas

Desde janeiro de 2017, o esquema antirretroviral de primeira linha recomendado no Brasil é a combinação de dose fixa de tenofovir mais lamivudina com dolutegravir (TL + D). De acordo com a literatura, mutações associadas à resistência à integrase (INRAMs) raramente são encontradas após falha virológica para dolutegravir de primeira linha mais dois inibidores nucleosídeos da transcriptase reversa. Avaliamos o perfil de resistência genotípica aos antirretrovirais do HIV de pacientes encaminhados para genotipagem no sistema público de saúde que falharam TL + D de primeira linha após pelo menos seis meses de terapia em ou antes de 31 de dezembro de 2018.

As sequências de HIV Sanger do gene pol foram geradas a partir do plasma de pacientes com falha virológica confirmada para TL + D de primeira linha no sistema público de saúde brasileiro antes de 31 de dezembro de 2018.

Cento e treze indivíduos foram incluídos na análise. INRAMs maiores foram detectados em sete pacientes (6,19%), quatro com R263K, um com G118R, um com E138A e um com G140R. Quatro pacientes com INRAMs maiores também apresentavam as mutações K70E e M184V no gene RT. Dezesseis (14,2%) indivíduos adicionais apresentaram INRAMs menores, e cinco (4,42%) pacientes apresentaram INRAMS maiores e menores. Treze (11,5%) pacientes também apresentaram mutações no gene RT selecionado por tenofovir e lamivudina, sendo quatro com ambas as mutações K70E e M184V e quatro apenas com M184V. As mutações L101I e T124A da integrase, que estão na via in vitro para resistência ao inibidor da integrase, foram encontradas em 48 e 19 pacientes, respectivamente. Mutações não relacionadas a TL + D, portanto prováveis ​​mutações de resistência transmitida (TDR), estiveram presentes em 28 pacientes (24,8%): 25 (22,1%) para inibidores nucleosídeos da transcriptase reversa, 19 (16,8%) para inibidores não nucleosídeos da transcriptase reversa , e 6 (5,31%) para inibidores de protease.

Em contraste marcante com relatos anteriores, relatamos uma frequência relativamente alta de INRAMs entre pacientes selecionados que falharam no TL + D de primeira linha no sistema público de saúde no Brasil. Possíveis razões para esta discrepância incluem atrasos na detecção de falha virológica, pacientes inadvertidamente em monoterapia com dolutegravir, TDR e/ou subtipo infeccioso.

Relatórios de revisão por pares

Regimes antirretrovirais contendo inibidores de transferência de fita integrase (INSTIs) demonstraram ter maior eficácia, segurança e menos interações medicamentosas para o tratamento inicial da infecção pelo HIV do que regimes contendo inibidores não nucleosídeos da transcriptase reversa (NNRTI) ou inibidores de protease ( PI) [1,2,3,4,5,6]. Consequentemente, todas as principais diretrizes de tratamento do HIV atualmente recomendam a inclusão de INSTIs como parte dos regimes de primeira linha.

Em 1991, o Brasil tornou-se o primeiro país de renda média a fornecer acesso gratuito e universal à terapia antirretroviral (ART) a todas as pessoas vivendo com HIV (PLWH) que se qualificam para o tratamento. Seu Ministério da Saúde (MS) atualiza periodicamente as diretrizes desenvolvidas por um painel consultivo independente. Desde 2014, essas diretrizes recomendam que todas as PVHIV iniciem a terapia, independentemente dos sintomas ou da contagem de células T CD4+ [7].

A partir de janeiro de 2017, o esquema de primeira linha recomendado no Brasil é a combinação em dose fixa de tenofovir 300 mg genérico mais lamivudina 300 mg, associado a 50 mg do INSTI dolutegravir (DTG), esquema conhecido como TL + D. DTG é um INSTI de segunda geração com alta barreira genética à resistência e poucas interações medicamentosas [8, 9]. Além disso, em ensaios clínicos e programas de implantação de saúde pública em grande escala, mutações no gene da integrase associadas à resistência antirretroviral raramente foram descritas após falha virológica de regimes contendo DTG de primeira linha [2, 9, 10].

Embora o monitoramento da carga viral seja feito a critério do médico assistente, as medições com intervalos inferiores a seis meses são necessárias para que os pacientes continuem recebendo antirretrovirais pelo sistema público de saúde brasileiro [7].

 50 copies/mL at weeks 24 or 48 of treatment [12]. In 2017, 70,250 PLWH started ART in Brazil, 77% with TL + D. In 2018, 68,626 started ART, 86% with TL + D [7]. Assuming that 9% of them would have failed virologically after 6 months of therapy, over 12,000 patients on TL + D would have been entitled to have genotype testing. However, we were able to identify only 113 genotype tests that met the study criteria. It should be noted that the central laboratory performed at the time an average of 1,500 genotype tests per month. It is unclear why so few tests were from patients failing first-line TL + D, but it is conceivable that the perception among attending physicians that in most such cases salvage therapy would be successful without the need of a resistance test played an important role. Therefore, it is also conceivable that genotype testing was requested only for the most hard-to-treat, less adherent patients failing TL + D. This, in turn, would represent a very important selection bias, possibly overestimating the true frequency of antiretroviral resistance among all PLWH failing first-line TL + D. Still, the majority of PLWH failing TL + D as a first-line regimen in real-world settings will harbor HIV without RAMs. Therefore, patients experiencing virological failure on a first line DTG-containing regimen should not be empirically hanged to a second-line regimen. Instead, adherence should be reinforced, and genotypic resistance testing should be considered./p>